Em alguns casos, as mudanças alimentares e a prática de atividades
físicas são ineficazes na contribuição da perca de peso. Nestas situações,
apenas uma intervenção médica mais efetiva, como a cirurgia bariátrica
(cirurgia para redução do tamanho do estômago), deve resolver o
problema. A maioria desses casos são aqueles em que o (IMC) atinge valores
superiores a 40 kg/m².
Nestes
obesos, os inúmeros tratamentos e a oscilação ponderal, além do potencial
genético, agravam o quadro clínico.
As doenças
associadas à obesidade grau III (hipertensão arterial, artropatias, dislipidemias, diabetes, disfunções
respiratórias, etc.), geraram o termo “obesidade mórbida”, que deve ser
abandonado.
Existe mais de um tipo de cirurgia bariátrica?
Existem dois
tipos de cirurgia bariátrica. No primeiro, em que há redução do tamanho do estômago, existem três
variações denominadas: banda vertical ajustável, gastroplastia vertical,
gastroplastia vertical com by-pass em y de Roux. Esta última, também chamada
Capella ou Fobi-Capella, é a mais utilizada e foi desenvolvida por cirurgiões.
Além da restrição causada pela diminuição do volume do estômago, ocorre uma pequena
disabsorção dos alimentos, porque eles deixam de passar pela primeira parte do intestino delgado.
O segundo
tipo é a cirurgia disabsortiva (ou Derivação bilio-pancreática), chamada de
cirurgia de Scopinaro. Neste caso, o paciente terá mais liberdade de comer
maior quantidade de alimentos, já que não há grande diminuição do estômago, que fica com 2/3 do
seu tamanho original. O que é feito aqui é um grande desvio do alimento, que
vai para o intestino grosso.
Estes
pacientes submetidos à gastroplastia redutora devem ser acompanhados, recebendo
orientações específicas para elaboração de uma dieta equilibrada. A adesão ao
tratamento deverá ser avaliada, uma vez que pacientes instáveis
psicologicamente podem recorrer a preparações de alta densidade calórica, de
baixa qualidade nutricional, colocando em risco o sucesso da intervenção a
longo prazo.
Existem
contra-indicações para a realização desta cirurgia como, por exemplo, cirrose hepática,
algumas doenças renais e psiquiátricas graves, vícios (droga, alcoolismo) e
disfunções hormonais. Todas devem ser avaliadas por profissionais com prática e
conhecimento aprofundado neste assunto.
Em todos os
casos você deverá, obrigatoriamente, ter pleno conhecimento das
características, necessidades, riscos e limitações de cada cirurgia. Participe
de reuniões com uma equipe multiprofissional e com pacientes já operados para
poder ter certeza da sua decisão.
Quais os cuidados a serem tomados antes e após a cirurgia?
Os cuidados a serem tomados antes e após cada cirurgia vão depender de cada caso, mas no geral consistem em avaliações clínico-laboratoriais com exames de sangue, radiografia de tórax, ultra-sonografia e/ou tomografia do abdômen, avaliação cardiológica, endoscopia digestiva com pesquisa de H. Pylori e avaliação da função respiratória (mais aprofundada quanto mais obeso ou complicado seja o caso). Caso o paciente tenha alguma doença que necessite tratamento e controle prévio, a cirurgia será adiada até que se obtenha a melhor condição clínica.
Os obesos que passam por uma cirurgia bariátrica necessitam de orientação nutricional permamente para suplementar a dieta com compostos ricos em proteínas, vitamina B12 e ferro. Cuidados especiais para evitar casos de desnutrição após a cirurgia também são necessários.
Após a cirurgia, o paciente já sai do hospital, em média, com menos dois quilos. Nos primeiros meses, a redução no peso chega ser de sete a oito quilos. Os pacientes com quadro de diabetes tipo 2 podem precisar reduzir ou interromper o uso de insulina. A complicação mais difícil de ser tratada é a pressão arterial. Ela demora mais a estabilizar e o paciente não interrompe o uso de medicamentos.
Todos os tipos de tratamento da obesidade, do mais simples ao mais radical, exigem empenho e determinação. Será sempre necessário um suporte multiprofissional e a adequação da dieta às novas metas a serem alcançadas. Para garantir um bom nível de adesão e o sucesso terapêutico, sua motivação é essencial e pode ser auxiliada por orientações com embasamento técnico e científico de qualidade, ajudando na solução ou diminuição do problema.
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